Em 1985, fiquei surpreso ao saber, num determinado país capitalista
da Europa quando lá estive, que o governo faz um estudo em projeção estatística
de longo prazo, das necessidades profissionais futuras do país, e que, a cada
ano, de acordo com estas necessidades futuras, incentiva o(s) curso(s) que vão
ser necessários para suprir estas carências profissionais futuras.
Exemplo:
Se daqui a cinco anos o estudo aponta uma carência de mecânicos de automóveis, o governo começa a incentivar imediatamente os cursos de mecânica de automóvel, não só para as escolas que aderirem ao programa, como também, para atrair estudantes, oferecendo a estes, muitos incentivos para que se interessem pela nova carreira.
No Brasil, não existe tal estudo e cada um escolhe por vocação
ou por influência dos pais o que quer estudar, não importando se vai ser útil
ao país ou não, se vai conseguir uma colocação no mercado de trabalho após a
formatura ou não.
Imaginem se todos os jovens resolvessem estudar filosofia:
No futuro, teríamos carência de médicos, de engenheiros, de arquitetos, de
veterinários, de dentistas, de advogados, mas, seríamos o país mais filosófico
do planeta, e isso serviria para que?
Para nada.
Quando você quer construir uma fábrica você não chama um
filósofo, chama um engenheiro; quando você tem insuficiência renal, não procura
um filósofo, procura um médico; etc...
É por isso que vemos diariamente profissionais graduados em
determinadas áreas, subempregados ou até mesmo desempregados por anos a fio,
por conta da falta de projeção e planejamento profissional de órgãos governamentais brasileiros,
quiçá do Ministério da Educação.
Luismar Daminelli